Em agosto de 1996 Ana C. tinha mais um dia normal, saiu para
ir à faculdade enquanto seu marido levava o Alexandre que na época tinha 8
anos, da casa de sua mãe para casa, após um dia de trabalho, tudo dentro da
rotina da família.
Por volta das 21h ela foi chamada na secretaria, chegando lá
encontrou seu primo que parecia bastante nervoso.
- Ana aconteceu um acidente, seu marido, teve uma batida de
carro, temos que ir para o hospital agora.
Então ela foi, quando chegou ao carro ela viu um chinelinho
bem familiar, era do seu filho, mas ela não teve coragem de fazer nenhuma
pergunta, pois seu primo estava em estado de choque.
Já no hospital, pediram que ela entrasse, mas ninguém deu
uma só palavra sobre o assunto, parecia que estavam escondendo algo.
Ela entrou em uma sala onde havia dois médicos conversando e
eles falavam:
- Então eu acho que ele teve uma Lesão Raquimedular.
Era a 1ª vez que Ana C. ouvia algo parecido, ela logo
perguntou?
- Vocês estão falando do meu filho?
Um dos médicos que estava com uma radiografia nas mãos,
levantou-se meio assustado e falou:
– A senhora é a mãe do Alexandre?
Ela confirmou e ele já foi perguntando se ela tinha
convênio, novamente confirmou e naquele momento já se sentia mais tranquila,
porque sabia que ele estava vivo, então quis saber como o Alexandre estava.
- Precisamos transferi-lo urgente para um hospital
particular, pois ele precisa fazer uma ressonância magnética, ele teve uma
paralisação total, só mexe o pescoço, e a radiografia indica uma lesão na
medula, mais só com o exame de ressonância magnética podemos ter um diagnóstico
real, disse o médico.
Transferiram o Alexandre para um hospital particular na
Tijuca, lá ele fez a ressonância que indicou o diagnostico de Lesão
Raquimedular C7, uma palavra que Ana C. não estava familiarizada, mas que dali
em diante faria parte da sua vida.
Ele ficou 75 dias em uma UTI hospitalar, entubado e sem
mexer nada além da cabeça.
“E só de pensar que
alguns dias atrás aquele garotinho de 8 anos de idade, jogava bola, corria ,
soltava pipa, andava de patins (sua brincadeira preferida), e daquele momento
em diante nada mais seria possível, só Deus para dar forças e continuar, porque
ele estava vivo e tinha que continuar vivendo , tinha que estudar, e se formar
homem.” Ana C.
E em Outubro de 1996 eles voltaram para casa, tudo estava
mudado, tinha uma cama de hospital dentro do quarto, uma cadeira de rodas, uma
cadeira de banho e outros equipamentos, como respiron, colchão d’agua. Ele não
podia ficar sozinho, sua capacidade respiratória caiu para 30 % do normal, e
precisava que ficassem alerta, sua temperatura também estava alterada, pois
quem tem uma lesão na altura da C7, não coordena mais o intestino, a bexiga, o
tato do mamilo para baixo, não anda, não tem suor, com isso a temperatura
oscila.
Assim que voltaram para casa iniciaram a fisioterapia, pois
tinham medo de tudo que acontecia, ele tinha febres, e tinham que resfria-lo,
pois era calor naquela época, como não suava, o corpo não eliminava o
necessário para manter a temperatura. O nosso corpo é perfeito e automático, só
que a automaticidade dele é gerida pela medula, e uma vez a medula corrompida
tudo tem que ser feito no manual, até a mais simples função tem que ser
estimulada, senão, o organismo fica doente.
Por conta de toda essa complexidade Ana C. entendeu que
tinha que aprender a trabalhar com esse organismo manual e foi fazer um curso
de 1 ano na PUC do Rio de Janeiro, sobre Lesionado Raquimedular, o curso
ensinava que a maioria dos lesionados morria porque não sabiam como lidar com o
seu organismo.
Foi assim que aprenderam e se adaptaram a nova vida do Ale,
como a Ana costuma chama-lo.
Quando vemos uma pessoa com Lesão Raquimedular, ficamos
imaginando como deve ser a vida sem andar, mais podem ter certeza andar, é um
dos menores problemas.
Hoje com a graça de Deus o Alexandre tem 25 anos, terminou o
2º Grau, dirige seu próprio carro adaptado, tem 100% de força nos membros
superiores (braços), 100% de capacidade respiratória, Rim, bexiga e intestinos
íntegros, controle de temperatura e crono das pernas, é um homem feliz, e
independente.
Para a Ana C. Ser Mãe é... Padecer no Paraíso, é saber que
aquela pessoa que deus lhe confiou para você educar e orientar seguira seus
exemplos e você tem tanto amor que fara tudo e muito mais para que ela seja
feliz.
Conte sua história, envie um e-mail para maeeafins@gmail.com
Próxima história em 20/01/14
Leia também Dedicação e Fé
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História PERFEITA para o primeiro dia do ano!! Mto emocionada!!
ResponderExcluirParabéns Ana C. pela força, perseverança, paciência, amor e acima de tudo por não desistir e nos provar que tudo podemos, basta acreditar.
Parabéns pela garra, fé e determinação e muito amor Ana. Acredite sempre que você é capaz. DEUS abençoe voce e sua família.
ResponderExcluirAna sempre soube de sua luta. Parabéns pela mulher forte e guerreira que vc é. Te admiro muito. bjos
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